Novo livro traz capítulo sobre benefícios da convivência entre humanos e cães

A interação com cães pode proporcionar a redução de problemas fisiológicos associados ao estresse, como o cortisol, da pressão arterial, da frequência cardíaca, entre outros benefícios.



Em outubro, foi lançado o livro Terapia Assistida por Animais. A obra é organizada por Marie Odile Monier Chelini e Emma Otta, e tem capítulos como “Benefícios que o convívio com um animal de estimação pode promover para saúde e bem-estar do ser humano”, da



Profª Drª Carine Savalli Redigolo, Doutora em Estatística e Etologia, disciplina que estuda o comportamento animal. O Instituto Pet Brasil apoia a disseminação de informações sobre os benefícios da relação entre humanos e pets.



Na obra, a pesquisadora explica que os cães foram selecionados ao longo da domesticação para cooperar e se comunicar com os seres humanos. Por isso, ambas as espécies estão especialmente preparadas para essa comunicação. De um lado, o ser humano é capaz de interpretar as expressões corporais dos cães e até mesmo discriminar diferentes latidos e os contextos em que eles ocorrem e, do outro lado, os cães estão sempre atentos aos gestos, movimentos corporais e na direção do olhar dos seus tutores. No dia a dia, cão e tutor podem ainda definir seus próprios códigos comunicativos, como treinamentos de obediência e comandos básicos, pois os cães são capazes de aprender centenas de palavras, mas, sem dúvida, o olhar assume importante papel nesse processo comunicativo entre as duas espécies.



Tutores de cães apresentam maior propensão a iniciar conversas com novas pessoas do que não-tutores. De acordo com Carine, “os cães são catalisadores sociais, promovem o encontro e a conversa entre as pessoas. A interação com cães pode proporcionar a redução de problemas fisiológicos associados ao estresse, como do cortisol, da pressão arterial, da frequência cardíaca, entre outros benefícios. Acariciar um cão e olhar nos seus olhos pode desencadear a produção de um hormônio chamado ocitocina, conhecido como hormônio do amor, que está associado a comportamentos afetivos”. Para crianças com Transtorno do Espectro Autismo, por exemplo, que usualmente apresentam dificuldades de interagir socialmente, o animal estimula a comunicação e até o uso da linguagem, além de habilidades sensoriais pelo toque.



Área que começa a ser mais explorada no Brasil, a Terapia Assistida por Animais tem potencial, pois é embasada por muitos estudos científicos qualitativos e descritivos. No entanto, Carine ressalta que ainda há a necessidade de investir em mais estudos de acompanhamento, controlados e com medidas padronizadas. “Por isso, obras sobre esse tema, com uma linguagem acessível, são importantes para divulgar e preparar profissionais da saúde para atuar nesta área de forma adequada e segura, tanto para os pacientes quanto para os animais”, explica.



O livro é publicado pela Editora Manole e pode ser encontrado neste link: http://www.manole.com.br/terapia-assistida-por-animais-pr-6849-183996.htm.